Serra já ‘inaugura’ até maquete de obra não-licitada
Milton Michida/Divulgação
O governador de São Paulo, José Serra, suposto candidato do PSDB à sucessão de Lula, protagonizou uma cena inusitada. Como que decidido a rivalizar com Dilma Rousseff em visibilidade, Serra abalou-se da capital para o litoral Sul do Estado. O governador “inaugurou”, veja você, a maquete de uma ponte. E nem ficou vermelho. Uma tenda protegeu-o do Sol.
Não, você não leu errado. É isso mesmo. Serra visitou o local onde será erigida uma obra que ainda nem foi licitada. Quando estiver pronta, na gestão do sucessor de Serra, a ponte vai ligar as cidades de Santos e Guarujá. Hoje, o trajeto é feito de balsa.
Flertando com o ridículo, Serra discorreu sobre a obra que, depois de licitada, consumirá 30 meses e R$ 700 milhões da próxima gestão: "Com esta ponte (?!?!?!) nós vamos quebrar um gargalo que é muito importante aqui na região da Baixada Santista...” ... “...Além disso, a ponte terá até um papel paisagístico [...]. Nós vamos dar mais segurança para as pessoas e para os navios e mais rapidez, coisas fundamentais".
Depois dessa pantomima, eliminaram-se as dúvidas quanto à candidatura presidencial de Serra. Só um candidato é capaz de render-se assim ao burlesco.
Em Minas, também rendido à fúria inauguratória desta quadra eleitoral, o governador tucano Aécio Neves entregou um hospital à população de Uberlândia. Coisa pronta, à vista de todos, não uma maquete por licitar. Para satisfação de Aécio, um repórter amistoso levantou a bola na frente dele. Pediu que falasse sobre o programa oficial de distribuição de geladeiras a mineiros pobres. Aécio não desperdiçou a oportunidade do chute: “Estamos permitindo que mais de 300 mil famílias de Minas, de mais baixa renda, possam trocar os seus equipamentos domésticos ociosos ou ultrapassados como uma geladeira ou um chuveiro elétrico por novos, sem custo absolutamente nenhum”. Falou para a platéia local: “Apenas em Uberlândia serão 7.700 famílias atendidas”. Didático, explicou que o cidadão entrega a geladeira velha e recebe uma “geladeira zero quilômetro”. Repisou: “Sem qualquer custo”. Mimetizando Lula, Aécio cuidou de acomodar a bola no colo de Antonio Anastasia, o tucano que, em Minas, vai às urnas como uma espécie de Dilma Rousseff de calças. Aécio explicou que, depois que ele se for, o bolsa geladeira “será ampliado pelo vice-governador Antonio Anastasia”, o nome que escolheu para sucedê-lo.
Trafegando na fronteira da legislação eleitoral, Aécio disse que, ao programar investimentos, sua gestão não está senão “planejando o futuro”. “E a garantia da continuidade desses investimentos é a garantia que [...], no que depender de mim, por muito tempo ainda, vamos ter Antonio Anastasia à frente do governo”. Perguntou-se a Aécio se não acha que Serra perde terreno ao protelar a retirada de sua candidatura presidencial do armário. E Aécio: “Não acredito. Não tenho essa aflição [...]. A campanha está longe ainda de ter o seu ápice. A campanha está longe ainda do debate”.
Reafirou que se considera fora do páreo nacional. “O momento é dele, temos um extraordinário candidato chamado José Serra e caberá a mim apoiá-lo”.
Curiosamente, terminou a entrevista expressando-se no condicional. Disse que se volta para Minas, “provavelmente como candidato ao Senado”. E, desde Minas, “vou emprestar todo meu apoio e a nossa força política para o candidato do meu partido que, provavelmente, será o governador José Serra”. Provavelmente? “Cabe a ele anunciar, no momento que achar mais adequado”, Aécio encerrou.
O tucanato já entregou os pontos. Engoliu o calendário de Serra. Anúncio de candidatura, disse Sérgio Guerra, o presidente da legenda, só no final do mês. Até lá, Serra planeja desfilar sua não-candidatura em muitas cerimônias de inauguração. Torça-se para que a lista de obras não inclua mais nenhuma maquete.
Não, você não leu errado. É isso mesmo. Serra visitou o local onde será erigida uma obra que ainda nem foi licitada. Quando estiver pronta, na gestão do sucessor de Serra, a ponte vai ligar as cidades de Santos e Guarujá. Hoje, o trajeto é feito de balsa.
Flertando com o ridículo, Serra discorreu sobre a obra que, depois de licitada, consumirá 30 meses e R$ 700 milhões da próxima gestão: "Com esta ponte (?!?!?!) nós vamos quebrar um gargalo que é muito importante aqui na região da Baixada Santista...” ... “...Além disso, a ponte terá até um papel paisagístico [...]. Nós vamos dar mais segurança para as pessoas e para os navios e mais rapidez, coisas fundamentais".
Depois dessa pantomima, eliminaram-se as dúvidas quanto à candidatura presidencial de Serra. Só um candidato é capaz de render-se assim ao burlesco.
Em Minas, também rendido à fúria inauguratória desta quadra eleitoral, o governador tucano Aécio Neves entregou um hospital à população de Uberlândia. Coisa pronta, à vista de todos, não uma maquete por licitar. Para satisfação de Aécio, um repórter amistoso levantou a bola na frente dele. Pediu que falasse sobre o programa oficial de distribuição de geladeiras a mineiros pobres. Aécio não desperdiçou a oportunidade do chute: “Estamos permitindo que mais de 300 mil famílias de Minas, de mais baixa renda, possam trocar os seus equipamentos domésticos ociosos ou ultrapassados como uma geladeira ou um chuveiro elétrico por novos, sem custo absolutamente nenhum”. Falou para a platéia local: “Apenas em Uberlândia serão 7.700 famílias atendidas”. Didático, explicou que o cidadão entrega a geladeira velha e recebe uma “geladeira zero quilômetro”. Repisou: “Sem qualquer custo”. Mimetizando Lula, Aécio cuidou de acomodar a bola no colo de Antonio Anastasia, o tucano que, em Minas, vai às urnas como uma espécie de Dilma Rousseff de calças. Aécio explicou que, depois que ele se for, o bolsa geladeira “será ampliado pelo vice-governador Antonio Anastasia”, o nome que escolheu para sucedê-lo.
Trafegando na fronteira da legislação eleitoral, Aécio disse que, ao programar investimentos, sua gestão não está senão “planejando o futuro”. “E a garantia da continuidade desses investimentos é a garantia que [...], no que depender de mim, por muito tempo ainda, vamos ter Antonio Anastasia à frente do governo”. Perguntou-se a Aécio se não acha que Serra perde terreno ao protelar a retirada de sua candidatura presidencial do armário. E Aécio: “Não acredito. Não tenho essa aflição [...]. A campanha está longe ainda de ter o seu ápice. A campanha está longe ainda do debate”.
Reafirou que se considera fora do páreo nacional. “O momento é dele, temos um extraordinário candidato chamado José Serra e caberá a mim apoiá-lo”.
Curiosamente, terminou a entrevista expressando-se no condicional. Disse que se volta para Minas, “provavelmente como candidato ao Senado”. E, desde Minas, “vou emprestar todo meu apoio e a nossa força política para o candidato do meu partido que, provavelmente, será o governador José Serra”. Provavelmente? “Cabe a ele anunciar, no momento que achar mais adequado”, Aécio encerrou.
O tucanato já entregou os pontos. Engoliu o calendário de Serra. Anúncio de candidatura, disse Sérgio Guerra, o presidente da legenda, só no final do mês. Até lá, Serra planeja desfilar sua não-candidatura em muitas cerimônias de inauguração. Torça-se para que a lista de obras não inclua mais nenhuma maquete.
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