Enviada em 14/10/2008.
Prezada Equipe CQC,
É com muito pesar que, apesar de acompanhá-los durante toda sua trajetória até aqui, sem ter perdido um programa sequer desde o primeiro, comunico que deixarei de assistí-los.
Sou escritora, historiadora, tenho esclarecimento, e muito admiro as iniciativas de caráter inusitado na televisão brasileira, hoje tão escassas em sua programação. Neste sentido, o programa, quando surgiu, surge como uma resposta à todos os espectadores que, como eu, desacreditavam na possibilidade de se sentirem incluídos no público televisivo.
Eu costumava dizer que o CQC era o programa dos "intelectualmente excluídos".
No entanto, a postura assumida na última segunda feira mostrou-se inadmissível para um programa que se auto-intitula jornalístico.
Apesar da larga experiência de seu apresentador, de quem sempre fui grande admiradora, e que sempre falou a todos os públicos independentemente de ideologias, o discurso intencionalmente excluiu a todos os que tem, e mantem, uma ideologia definida, opinião própria, liberdade de escolha e que, por todas as razões expostas anteriormente, e no pleno exercício de seus direitos, divergem da opinião do Grupo Bandeirantes.
Em respeito à fidelidade que sempre mantive para com o horário do programa, e dos tantos incentivos que dei a amigos que não o conheciam (isso no começo, hoje vocês caminham muito bem sem militância), senti-me no dever de expor as razões pelas quais deixarei de assistí-los, pois embora o programa tenha claramente mostrado que não há respeito pelas divergências ideólogicas de seus espectadores; eu, por outro lado, creio que as divergências é que permitem o exercício leal da democracia, coisa que, definitivamente, o jornalismo brasileiro, amador e despreparado, desconhece.
Cordialmente,
Marcela Godoy
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